quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Para ela - By: Saga

Ela sabe que o conto é dela e sobre ela. Não falarei mais do que isso.
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Acendeu outro cigarro e olhou para o céu novamente. Os primeiros raios de sol já rasgavam o céu, apagando a luz fraca das estrelas que passara a noite admirando. Não era a primeira noite em claro e nem seria a última. Na realidade, isto havia se tornado bastante normal, “perdia” noites pensando, lembrando e, principalmente, desejando. Já fazia quase dois anos que conhecia a causa de sua insônia, e um ano que ela desapareceu de sua vida.

Ainda recordava de tudo, como se fosse poucos dias atrás. O dia em que eles se conheceram nevava, ele tinha acabado de fugir de casa e esbarrou com uma “louca” no meio da madrugada. A maior loucura foi no dia seguinte, em que invadiu uma festa da alta elite só para roubar um beijo da garota que nem conhecia, e roubou o beijo, mas recebeu o fora mais estranho da sua vida. Depois daquilo, passou a morar no jardim da enorme mansão dela, em um pequeno quarto, onde só havia uma cama, uma pequena TV e um pequeno sofá. Por mais impossível que parecesse, preferia morar naquele “cubículo” do que no sua atual cobertura em um prédio de luxo.


Talvez fosse pelo simples fato de que ela esteve com ele durante um ano. Sempre rindo, falando qualquer besteira só para chamar sua atenção e ficando super envergonhada quando ele fazia que ia roubar outro beijo no meio de uma frase dela, ou então chorando, reclamando do seu pai, pedindo conselhos. Momentos que ficarão em sua mente por toda a eternidade, que fizeram aquela pequena “casa” ser o mais próximo de lar que teve em sua vida inteira.

Graças a sua banda, que começava a fazer sucesso agora, podia ter qualquer mulher para ti, afinal nunca foi feio, tinha certo charme que atraía as garotas. Agora que era o guitarrista de uma banda e o estilo punk que usava voltara a ficar na moda, bastava apenas um sorriso e já ganhava o coração da garota. Mas não importava quem fosse, nenhuma chegaria aos pés daquela que levou meses para conseguir um beijo correspondido, já que o primeiro beijo roubado foi respondido com um tapa no rosto.

Ouviu o barulho da porta da cozinha se abrindo, notou que o sol já tinha terminado de nascer enquanto ele estava perdido em seus pensamentos. Apagou seu cigarro, terminou seu copo de whiskey e guardou a carteira de Seven Stars no bolso, saiu da varanda e foi para a cozinha. Ao abrir a porta, encontrou sua companhia da semana, usando apenas uma camisa sua enquanto olhava dentro da geladeira, procurando por alguma coisa. Assim que notou a presença dele, pulou em seu pescoço, abraçando e beijando quase ao mesmo tempo.

 - Bom dia, amor! Não te vi na cama, pensei que já tivesse ido ensaiar...
 - Não, só acordei cedo – Devolveu o beijo da garota enquanto fingia um sorriso e que estava tudo bem – Quer que eu cozinhe algo para você?

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Desabafo

Um  dia eu ainda descubro o porquê de eu ser tão idiota. Eu poderia ter tudo o que eu quero... Sou jovem, saudável e tenho energia para fazer qualquer coisa... Então por que eu não corro atrás do que eu quero? Eu não consigo fazer nada certo. Tenho um blog que escrevo para ver se chamo a atenção de alguém, pois o fato é que eu não sei mais o que fazer. Eu quero ajuda mas nem isso eu sei pedir, só sei reclamar de mim mesmo e continuar seguindo em frente, nessa covardia, sendo idiota até o dia em que encontrarei meu destino inevitável: uma morte solitária e miserável.

Covardia

Já posso deitar e morrer?
Ou ainda tens algo a me dizer?

sábado, 13 de agosto de 2011

Self-harm

Eu estava praticando minhas relações sociais obrigatórias e esse assunto acabou surgindo em minha mente. Não sei se tem algo a ver com eu estar depressivo ou não, mas eu começei a ficar, cada vez mais, curioso sobre o assunto... Até que procurei saber sobre o assunto.

Antes de começar a falar, eu devo explicar melhor o que é self-harm. Self-harm é, basicamente, se cortar. Mas não é só isso, tem muito mais coisa por isso. A diferença entre se cortar e self-harm é grande, apesar do ato ser o mesmo. SH (Self-Harm) tem uma conotação emocional negativa MUITO grande, e não está associado ao suicídio, diferente do que muitos pensam. E, quase sempre, acaba por se tornar um ciclo vicioso o SH. Você se corta, cicatriza, sente vergonha, culpa, tristeza e se corta novamente.

Então eu comecei a procurar o "verdadeiro significado" de SH... Ou seja, não pesquisei em google ou algo do gênero, como um psicólogo... Busquei minhas respostas com quem entende de verdade: quem faz/fez SH. Admito que ainda não compreendi muito bem, mas, com meu pouco conhecimento, creio que seja um ato de "alívio"... A depressão está tão acentuada que é necessário colocar todo o sentimento para fora em algo, algo concreto, algo palpável, algo que marque, algo verdadeiro. Aí entra o ato de se cortar... Sentir aquilo, ver que é real, saber que está vivo, que não está em um pesadelo, confirmar a realidade. Depois disso, vem a vergonha, a culpa... "Meu Deus, o que foi que eu fiz? Por que me cortei? Ninguém pode saber disso."

Depois de consumado o ato, surge a cicatriz... Não é exatamente uma cicatriz física... Mesmo que não fique nenhuma marca, a pessoa irá olhar o local onde se cortou e verá ali ainda o seu corte, a sua vergonha, a sua culpa, a sua tristeza. Achará feio, estranho, vergonhoso... Vai fazer de tudo para esconder. (Lembrando que isso é tudo uma suposição minha, um ignorante no assunto)

Mas por que seria feio? Quando eu cheguei a pensar nisso, eu começei a pensar em arte também... Na minha concepção do que é a arte, essa se baseia em o autor expressar, através de uma obra, sentimentos/momentos/lembranças dele, causando qualquer tipo de sensação no observador, independente desta obra ser um garrancho horrível ou uma Mona Lisa.

Como algo tão cheio de sentimento pode ser feio? Pra mim isso seria arte, onde o próprio corpo é a tela e a cicatriz é a "obra". Óbvio que o artista, nesse caso, acha sua obra algo vergonhoso, algo que não deveria ser exposto... Mas lembrei de um pintor, considerado um dos maiores de todos tempos: Vincent Van Gogh. Na época em que este era vivo, suas obras não eram reconhecidas por ninguém, todo mundo achava feio. Ele cometeu suicídio, ou seja, sua vida não deve ter sido nada "feliz". Pergunte-se, será que ele sentia orgulho de suas obras? Não se envergonhava nem um pouco de fazer coisas tão "feias"?

Acredito que cada cicatriz é algo muito profundo, o valor emocional, apesar de negativo, é muito grande pra algo assim ser considerado feio, para ter vergonha. Cada cicatriz, por mais "invisível" que esta seja, é uma obra muito bonita, algo tão belo que chego a me maravilhar... Ainda mais que eu sei que nunca poderei ver uma cicatriz de SH e isso só faz aumentar ainda mais minha vontade.

Se ofendi alguém, peço desculpas desde já. Só estou falando o que penso e não desejo expor ou ofender ninguém. E lembro que este texto é completamente baseado em conclusões MINHAS que tirei após ouvir alguns relatos e ler alguns textos na internet a respeito do assunto.

Texto sem sentido

Nada é tão simples quanto parece. É tudo complicado demais.
Nada é tão complicado quanto parece. É tudo simples demais.

Loucura? Não. Burrice? Não. Falta de sentido? Talvez. Afinal, o que é ter sentido?

Entretanto, o que importa não é isso. Ou importa? O que é importante? Para mim, nada é importante, pelo menos não tanto quanto tudo. E para você, o que é importante?

Sinto por este não fazer sentido nenhum e não ser bom nem nada do gênero... Mas é algo que eu precisava escrever... Pela minha sanidade.